Temporada de caju

Começou a temporada de caju. Na verdade as primeiras flores apareceram há mais ou menos dois meses, florzinhas miúdas, que começam como pontinhas verdes e abrem em cinco pétalas brancas que ficam rosadas com o tempo. Provavelmente 90% das flores que já abriram não viraram cajus. Mas quem disse que o cajueiro havia chegado em sua forma final?

A etapa seguinte é a formação das castanhas. O cajueiro é uma planta que tem pressa seletiva: enquanto as flores abrem lentamente, as castanhas crescem em questão de poucos dias, e assim que chegam em seu tamanho final e estão verdes e brilhantes, começam a formar o caju — o pseudofruto que a planta desenvolveu pra proteger sua preciosa semente dos papagaios e periquitos vorazes. O pseudofruto, vermelho como um coração recém-colhido, se forma tão rápido quanto a castanha, e em questão de dias já está pronto para colher.

Divaguei, os primeiros cajus a madurar foram colhidos anteontem — o da foto é um deles. Ontem identificamos outros dois no ponto, mas como estava tarde achamos melhor deixar pra hoje. O que foi um erro! Um dos cajus maduros foi devidamente "degustado" por algum psitacídeo descuidado, que o derrubou no chão. O outro eu colhi e guardei, como deve ser.

Mão como referência

Hoje provamos os primeiros cajus do ano — a temporada vai até o final de outubro/início de novembro, que é quando acaba a estação seca. Estava delicioso, suculento, quase sem adstringência/travo/cica. A casca é lisa e levemente "encerada". E vira um suco maravilhoso, rosado por conta da casca vermelha (ao vivo é ainda mais vermelha). Mal posso esperar pelos frutos do auge da temporada.

Quando decidi escrever esse post, lembrei que já havia desenhado um caju e comecei a revirar fotos antigas no PC e achei. Fiz em 2020, num sketchbook que está guardado, usando giz pastel oleoso (usei muito naquela época), usando como uma referência uma ilustração botânica de um livro de 1903.


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