A visita da Anfisbena

Hoje apareceu uma anfisbena (Amphisbaena carvalhoi) aqui em casa, entrou por debaixo do portão da garagem. E eu tratei de capturar e registrar a visita ilustre.

A bichinha se mostrou bastante irritada por ter sido capturada. Até arrumei uma minhoca pra ver se ela queria um petisco, mas ignorou solenemente o lanche.

A anfisbena pouco antes de ser recepcionada.

Comparação injusta com uma minhoca que também estava fugindo da chuva.

Detalhe dos olhinhos de micro-miçanga.

Essa não foi a primeira anfisbena a aparecer por aqui. A primeira apareceu mês passado e conseguiu entrar na sala e assustar todo mundo, e hoje mora num dos canteiros da horta.

As anfisbenas, popularmente conhecidas como cobras-de-duas-cabeças (por causa do formato da cauda) são répteis comumente confundidas com cobras-cegas (essas são anfíbios), mas não são nem cobras nem lagartos, pertencendo a uma classe própria de répteis sem membros que usam a cabeça pra escavar túneis no solo e comer insetos desavisados.

Apesar de serem animais miúdos e aparentemente inofensivos, as anfisbenas são valentes e mordem de arrancar pedaços (pedaços minúsculos, mas deve ser doído).

Amphisbaena caeca Cuvier
Esse é o crânio de uma Amphisbaena caeca, pelos dentes dá para ter uma noção do estraguinho que uma mordida causa. © MUSEUMS VICTORIA

Como se trata de um animal selvagem, que nunca vai se acostumar com a vida em cativeiro, soltei ela na composteira que temos na horta — um ótimo habitat para ela, já que é um lugar quente, por causa do processo de decomposição da matéria orgânica, e com insetos de todos os tipos, um verdadeiro rodízio que faria inveja a Timão e Pumba.

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